Redescobrindo o Corpo: O Que a Ciência Diz Sobre o Método Feldenkrais
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- 31 de mai.
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O Método Feldenkrais, desenvolvido pelo físico e judoca Moshé Feldenkrais, tem ganhado destaque como uma abordagem terapêutica e educacional baseada em movimento consciente. Ao contrário de outras formas de tratamento mais convencionais, esse método não se baseia em exercícios repetitivos ou fortalecimento muscular, mas sim na reeducação dos padrões de movimento e na tomada de consciência corporal. Mas o que a ciência realmente diz sobre sua eficácia?
O que é o Método Feldenkrais?
O método se estrutura em duas formas principais:
Consciência pelo Movimento (ATM - Awareness Through Movement): Realizada em grupo, essa modalidade envolve sequências verbais de movimentos suaves, que incentivam a percepção das sensações corporais e a consciência de padrões automáticos de movimento.
Integração Funcional (IF): Sessões individuais em que o profissional utiliza toques suaves e precisos para ajudar o aluno a reorganizar seu corpo e seus movimentos, explorando novas possibilidades.
O que a ciência comprova?
Estudos publicados nas últimas décadas têm mostrado resultados promissores para o método Feldenkrais em diferentes populações e condições de saúde:
Dor crônica: Uma revisão sistemática publicada na Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine(2020) indicou melhora significativa na dor e na qualidade de vida de pessoas com dor lombar crônica.
Função motora e neurológica: Estudos com pacientes com esclerose múltipla, Parkinson e AVC relatam melhora no equilíbrio, mobilidade e função motora. Um estudo de 2015 (Journal of Bodywork and Movement Therapies) mostrou aumento da estabilidade postural em idosos após sessões de Feldenkrais.
Saúde mental e ansiedade: Pesquisas apontam que a prática regular pode diminuir a ansiedade e melhorar o bem-estar subjetivo. Isso está associado ao aumento da consciência corporal e da atenção plena, componentes importantes do método.
Melhora da performance: Atletas, dançarinos e músicos profissionais têm relatado melhora na eficiência do movimento, prevenção de lesões e maior expressividade corporal após a prática do método.
O que a ciência ainda não sabe ou não comprova?
Apesar dos resultados positivos, o Método Feldenkrais ainda enfrenta desafios metodológicos:
Muitos estudos são pequenos ou carecem de grupos controle adequados.
Há dificuldade em padronizar intervenções, já que cada sessão é adaptada individualmente.
A variedade de instrumentos de avaliação dificulta a comparação entre pesquisas.
Por isso, embora existam evidências iniciais positivas, ainda são necessários ensaios clínicos maiores, randomizados e com metodologia robusta para consolidar os efeitos do método.
O que o método não promete
O Feldenkrais não é uma técnica de cura rápida. Ele não substitui tratamentos médicos tradicionais nem tem como objetivo fortalecer músculos ou corrigir a postura por meio de força. Em vez disso, promove aprendizado neuromotor e amplia o repertório de movimentos do indivíduo.
Considerações finais
O Método Feldenkrais se destaca como uma alternativa terapêutica não invasiva que estimula o autoconhecimento, a eficiência do movimento e a consciência corporal. As evidências científicas, embora ainda em desenvolvimento, apontam para seus benefícios em condições como dor crônica, disfunções neuromotoras e ansiedade.
Para quem busca uma abordagem gentil, centrada no corpo e na experiência sensorial, o método pode ser uma excelente opção de cuidado integrativo.
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