Dançaterapia: O Que a Ciência Diz Sobre os Benefícios da Dança para a Saúde Mental
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- 29 de mai.
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A dançaterapia é uma prática terapêutica que une movimento, expressão corporal e psicologia para promover bem-estar emocional, autoconhecimento e melhoria da saúde mental. Mas, além dos relatos individuais e da experiência dos profissionais que aplicam essa abordagem, o que a ciência realmente comprova sobre a eficácia da dançaterapia?
Neste artigo, reunimos as publicações científicas mais recentes e relevantes para mostrar o que já se sabe, o que ainda está em estudo e o que não tem respaldo científico nesse campo.
O que a dançaterapia promove segundo a ciência
Estudos publicados nos últimos anos demonstram que a dançaterapia pode trazer melhorias significativas em diversos aspectos da saúde mental. De acordo com uma revisão sistemática publicada na Frontiers in Psychology (2019), a dançaterapia está associada à redução de sintomas de depressão, ansiedade e estresse, além de aumento na autoestima, regulação emocional e qualidade de vida.
Outra revisão, publicada em 2023 na BMC Psychology, reforça esses achados ao analisar a dançaterapia em indivíduos com histórico de trauma. Os resultados indicam melhora significativa na percepção corporal, nos relacionamentos interpessoais e na sensação de segurança. O movimento corporal, aliado à música e ao suporte de grupo, mostrou-se um recurso poderoso na reconfiguração de experiências traumáticas.
Benefícios já comprovados
Redução da ansiedade e do estresse: A liberação de endorfinas durante a atividade corporal ajuda no relaxamento e no alívio das tensões.
Promoção do autoconhecimento: A expressão através do movimento facilita a exploração emocional e o reconhecimento de sentimentos reprimidos.
Melhora na autoestima: Sentir-se capaz de se expressar livremente impacta positivamente na confiança e imagem corporal.
Fortalecimento de vínculos sociais: Práticas em grupo aumentam a empatia e o senso de pertencimento.
O que ainda está em estudo
Apesar dos resultados positivos, muitos estudos são qualitativos ou com amostras pequenas. Ainda são necessários ensaios clínicos randomizados de grande escala para confirmar os efeitos da dançaterapia sobre transtornos específicos, como depressão resistente, TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) e transtornos alimentares.
Além disso, os mecanismos exatos que explicam os efeitos terapêuticos da dança ainda estão sendo investigados. Hipóteses envolvem desde a liberação de neurotransmissores até a ativação de memórias corporais e processos inconscientes através do movimento.
O que a ciência ainda não comprova
Até o momento, não existem evidências robustas que sustentem o uso da dançaterapia como substituto único para tratamentos convencionais em quadros psiquiátricos graves. A recomendação geral é que seja usada como intervenção complementar, associada a psicoterapia, acompanhamento psiquiátrico e, quando necessário, medicação.
Conclusão
A dançaterapia tem mostrado, em diversas pesquisas publicadas em revistas científicas renomadas, grande potencial para promover saúde mental, bem-estar emocional e integração corpo-mente. Seus efeitos positivos vão desde a redução do estresse até a melhoria na qualidade das relações interpessoais. Contudo, ainda são necessários mais estudos para esclarecer seus mecanismos e estabelecer protocolos mais robustos.
O que já sabemos com certeza é: dançar faz bem para a mente, para o corpo e para a alma. E com base na ciência, a dança está deixando de ser apenas uma arte e se consolidando também como recurso terapêutico reconhecido.
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