
RELACIONAMENTO
Relacionamentos: o que a ciência tem a dizer sobre o amor, a amizade e os vínculos que nos sustentam.
Nesta playlist, exploramos os diferentes tipos de relacionamento humano — do amor romântico à amizade, da ausência de afeto à conexão profunda. Com base em estudos de nomes como Robert Sternberg, Esther Perel e o Instituto Gottman, trazemos reflexões práticas e acessíveis para quem quer compreender melhor seus vínculos, fortalecer conexões e cultivar relações mais saudáveis.
Psicologia, neurociência, comportamento e emoção — tudo reunido para ajudar você a se conectar de forma mais consciente.
EPISÓDIO 1
Os 4 Tipos de Relacionamento e o Que a Ciência Revela Sobre o Amor
Descubra como o amor se manifesta de formas diferentes e o que a psicologia moderna revela sobre os principais tipos de relacionamento — do romântico à ausência de amor.

Quando falamos de amor, tendemos a imaginá-lo como uma emoção única e universal. No entanto, a psicologia e a neurociência vêm mostrando que o amor pode se apresentar em formas variadas, com dinâmicas e significados distintos. Pesquisadores como Robert Sternberg, os especialistas do Gottman Institute e a psicoterapeuta Esther Perel têm contribuído para uma compreensão mais rica e realista das relações humanas. Conhecer os diferentes tipos de relacionamento pode ajudar não apenas a entender os próprios vínculos, mas também a cultivá-los com mais consciência e intenção.
Segundo o psicólogo Robert Sternberg, o amor pode ser compreendido a partir de uma teoria triangular, composta por três elementos: paixão, intimidade e compromisso. A combinação entre esses fatores dá origem a diferentes formas de amar. O amor romântico, por exemplo, é marcado por paixão e intimidade, mas pode não ter o compromisso necessário para durar a longo prazo. É o tipo de relacionamento que se vê no início de muitas relações — intenso, envolvente e altamente emocional. No entanto, quando não evolui para outras formas mais estáveis, como o amor companheiro, tende a perder força com o tempo.
Já o amor companheiro, segundo Sternberg, é composto por intimidade e compromisso, mas com menor presença da paixão. Ele é típico de relações duradouras, como casamentos estáveis ou amizades profundas, em que existe uma conexão emocional forte e um compromisso mútuo com o bem-estar do outro. Embora menos intenso do ponto de vista sexual, é um tipo de vínculo que oferece segurança, suporte e crescimento conjunto. Esther Perel, em suas pesquisas, aponta que muitos casais confundem a estabilidade do amor companheiro com monotonia, esquecendo que a intimidade e o compromisso também podem coexistir com desejo — desde que cultivados com criatividade e diálogo.
Outro tipo de relação que merece destaque é a amizade. Embora muitas vezes subestimada em discussões sobre amor, a amizade pode ser uma das formas mais poderosas de conexão afetiva. Estudos do Gottman Institute mostram que casais que constroem sua relação sobre a base de uma amizade sólida tendem a ser mais resilientes frente aos conflitos. A amizade se caracteriza pela confiança, pelo apoio mútuo e pela aceitação das imperfeições do outro — pilares fundamentais para qualquer relacionamento saudável, romântico ou não.
Por outro lado, é importante reconhecer também a ausência de amor, como ocorre nas chamadas relações utilitárias. Nesse tipo de vínculo, não há intimidade, paixão ou compromisso. O que sustenta a relação é um interesse prático — seja financeiro, social ou profissional. Embora esse tipo de conexão possa existir em diversas esferas da vida, quando se manifesta como substituto de uma relação afetiva autêntica, tende a gerar frustração, solidão e desgaste emocional. Em seus estudos, Sternberg classifica essa como uma das formas de “não-amor”, enquanto o Gottman Institute alerta para os sinais de insatisfação relacional quando os casais se tornam apenas “colegas de logística”.
O que esses estudos nos mostram é que o amor não é estático — ele se transforma ao longo do tempo e das circunstâncias. Segundo o Gottman Institute, as relações mais bem-sucedidas são aquelas que conseguem transitar com flexibilidade entre os diferentes modos de conexão, respeitando os ciclos naturais da vida a dois. Além disso, a comunicação emocional, a capacidade de escuta e a abertura para o crescimento pessoal são fatores mais determinantes para o sucesso do que qualquer ideal romântico.
Esther Perel, em sua abordagem contemporânea, propõe ainda uma reflexão sobre o desejo e a autonomia dentro das relações. Para ela, manter uma individualidade saudável e um senso de mistério é essencial para preservar o desejo erótico mesmo em relações estáveis e duradouras. A tensão entre proximidade e liberdade, entre previsibilidade e novidade, é o que dá vida ao amor em sua forma mais vibrante.
Entender os diferentes tipos de relacionamento é, portanto, uma ferramenta poderosa para a saúde emocional. Isso permite que cada pessoa se localize dentro de seus vínculos e faça escolhas mais conscientes, sem cair em padrões repetitivos ou expectativas irreais. Afinal, amar não é encontrar o tipo certo de relacionamento, mas aprender a cuidar do amor nas suas muitas formas possíveis.


EPISÓDIO 2
Você já se perguntou por que alguns relacionamentos não duram?

Neste episódio, abordamos um dos temas mais desafiadores e essenciais para a saúde emocional e conjugal: como criar e manter relacionamentos saudáveis e duradouros. Para isso, trouxemos insights dos renomados teóricos do relacionamento, John e Julie Gottman, fundadores do Gottman Institute, que revolucionaram a psicologia dos relacionamentos com suas pesquisas. Ao longo de mais de 30 anos de estudo, os Gottman identificaram quatro padrões destrutivos, conhecidos como os "4 Cavaleiros do Apocalipse", que comprometem a convivência e a intimidade entre casais. São eles: crítica, desprezo, defensividade e bloqueio de comunicação.
A crítica se manifesta quando um parceiro ataca a personalidade do outro, transformando uma simples reclamação em um ataque à essência do outro. O antídoto é a reclamação gentil, que visa comunicar necessidades de forma respeitosa e construtiva. O desprezo, por sua vez, envolve comportamentos de superioridade e desdém, sendo combatido pela prática de apreciação e valorização do outro. Já a defensividade ocorre quando um parceiro se recusa a assumir sua parcela de responsabilidade, optando por culpar o outro. O antídoto é a corresponsabilização, onde ambos reconhecem suas responsabilidades na relação. Por fim, o bloqueio de comunicação, que se traduz no silêncio punitivo e no afastamento emocional, é resolvido com pausas saudáveis, para permitir que ambos se regulem emocionalmente antes de continuar a conversa.
Além de discutir os 4 Cavaleiros, exploramos os princípios essenciais para fortalecer os relacionamentos e evitar que caiam nos padrões destrutivos. Segundo os Gottman, diálogo constante é a chave para criar um relacionamento duradouro. Para isso, os casais precisam investir em processos como o mapa do amor, que envolve conhecer profundamente o parceiro, seus sonhos, medos e valores. Isso exige tempo, paciência e a disposição de entender o outro sem projetar expectativas pessoais. Outro ponto essencial é a admiração mútua, que deve ser cultivada diariamente, e não apenas em datas especiais. Isso cria uma cultura de apreciação e carinho, fundamental para que a relação continue saudável e viva.
Falamos também sobre a importância de se manter a intimidade emocional e como pequenas ações, como gestos de carinho e palavras de afeto, são fundamentais para a conexão entre os parceiros. Em um mundo agitado, é fácil esquecer de demonstrar amor, mas essas pequenas atitudes são a base da longevidade do relacionamento. Outro princípio crucial abordado foi o respeito mútuo, em que cada parceiro deve ser influenciado e aprender com o outro, sem buscar controle ou dominação. Ao respeitar as diferenças e aprender com elas, o casal fortalece sua união.
Este episódio oferece insights valiosos para quem busca melhorar seu relacionamento ou evitar os erros mais comuns que levam à separação. Assista e aprenda como evitar os 4 Cavaleiros do Apocalipse e adotar práticas diárias para fortalecer a sua relação.